quinta-feira, 22 de abril de 2010

Passear com o cão pode ser prazeroso ou um sofrimento, a coleira está em suas mãos.

São 7 horas da manhã, hora de Roger passear com seu cão antes de sair para o trabalho. Ele coloca a coleira em Chapinha, e abre a porta. O cão sai na frente e, arrastando seu dono, vai estabelecendo o caminho. Ao avistar um pombo, salta em direção a ele, dando um tranco na coleira. Vinte minutos depois, Roger puxa com esforço seu cão de volta pra casa. Seu braço está doendo ao tentar conter o cachorro, e ele está com raiva.

Esta situação ocorre com certa frequência e, pode ser facilmente evitada ou solucionada desde que o dono tenha determinação e pratique alguns exercícios simples de liderança.

O treinamento começa em casa.

As ruas e os parques são realmente uma tentação para os cães. Por isso, ensinar seu cão a não puxar a guia à frente de tantas distrações pode ser bem difícil. Se pretende ensinar seu cão a não puxar a guia, comece a ensinar em casa. Trabalhar com o cão em lugares sem distrações no início do treinamento vai ajudá-lo a se concentrar no exercício, o que é essencial para um bom aprendizado. Após seu cão ter entendido que não deve puxar a guia dentro de sua casa, passe a treinar em seu quintal. Em seguida, treine em ruas calmas e assim por diante.

Escolha e use adequadamente os equipamentos com seu cão.

Tudo que seu cão vai precisar para aprender a passear sem puxar é de uma coleira (parte que está no pescoço ou peito do animal) e uma guia (parte do equipamento que fica “plugada” na coleira e vai até a sua mão), ambas leves e resistentes.

  • Coleiras. A coleira mais usada é a de pescoço. O ideal é mantê-la o tempo todo no cão, para ser mais fácil agarrá-lo assim que for preciso e para mantê-lo sempre identificado, com maior chance de recuperá-lo caso fuja ou se perca. O enforcador é uma coleira especial para caminhadas e treinos, útil para educar e para conter os cães, aumentando a segurança. Quanto mais o cão puxa, mais se sente "enforcado", até desistir por causa do desconforto. Deve-se ensiná-lo gradualmente, para não ser preciso "enforcá-lo" com freqüência exagerada, o que prejudica a respiração, além de poder causar irritação no pescoço e na traquéia. O diâmetro ideal, para o acessório não sair quando o cão abaixa a cabeça, é aquele que passa por ela com menor folga. Uma coleira eficiente para o controle, sobretudo de cão grande e forte, é o cabresto (Gentle Leader). Lembra uma focinheira e permite ao cão abrir a boca e morder. Quando ele puxa a guia, a cabeça é forçada a virar para trás e a ação é interrompida. Com o cabresto, uma pessoa de apenas 40 quilos passeia facilmente com um cão pesado, como um São Bernardo ou Dogue Alemão. Mas o cão precisa ser habituado ao uso, caso contrário o incômodo poderá fazê-lo esfregar a peça por toda parte. Não se adaptam ao cabresto os cães de focinho muito curto, como os buldogues. Outra coleira é a peitoral, que além de confortável para o cão, ela também facilita erguer rapidamente um cão pequeno, o que pode ser útil em passeios diante da ameaça de ataque de um cão de porte maior, por exemplo. Mas o condutor pode perder controle sobre o comportamento do cão se não conseguir refrear a motivação dele para puxar cada vez mais.

  • Guias. As melhores guias são aquelas mais resistentes, leves e "silenciosas". As de tecido e de couro podem preencher bem esses requisitos. São as menos percebidas pelo cão. Ele demora mais, portanto, para descobrir que está solto quando a guia escapa da nossa mão. Já a guia de metal faz ruído conforme é sacudida. Por outro lado, é a única que resiste aos cães "especialistas" em roer guias. Não se deve deixar, portanto, o cão roedor preso com guia de tecido ou de couro. Alguns treinadores preconizam que, para permitir controle total sobre o cão, a guia não deve possuir um redutor dos trancos, pois se o cão não sentir o tranco "seco" dado pelo condutor, o respeitará cada vez menos e o puxará cada vez mais quando quiser seguir adiante com a sua própria velocidade e direção. Esse redutor ocorre em guias elásticas e em modelos com mola amortecedora.

Muito cuidado para não machucar seu cão.

Você deve tomar muito cuidado ao treinar seu cão ou ao escolher e utilizar equipamentos, de maneira intuitiva, sem possuir os conhecimentos necessários para este fim. Um estudo realizado na Suécia, revelou que 63% do total de 400 cães avaliados, apresentavam lesões no pescoço e coluna vertebral, sem sinais clínicos aparentes. Dos cães com lesões no pescoço, 91% haviam experimentado duras "correções" ou tinham uma longa história de puxar ou forçar a guia. O autor concluiu: "Por muitos anos nós criticamos o uso do puxões ou empurrões na coleira como métodos de treinamento com o objetivo de controlar o comportamento dos cães. Infelizmente, a maioria dos treinadores utiliza apenas esta técnica. Há provavelmente uma relação entre a força do puxão e os riscos de lesão. Acredito que os donos de cães devem ser advertidos de que o uso de equipamentos fabricados de material estático, sem elasticidade, pode aumentar o risco de uma lesão medular. Além disso, um cão pode facilmente esquecer os limites estabelecidos pela guia e, ao acelerar, de repente receber um forte tranco, onde toda a força ficará concentrada no pescoço do cão (Hallgren, “Animal Behavior Consultants Newsletter” July, 1992, V.9 No.2).

A chave para o sucesso é a persistência e consistência. Se você não conseguir sozinho, procure um profissional em comportamento canino que use métodos suaves e se adapte às suas necessidades.

Um comentário:

  1. Olá André,
    Adorei seu Blog.Ótima ideia.Já aprendi varias dicas lendo as informações.Gostei muito da estória Roger e Chapinha.Quero também uma minha com Xuxu!
    Vá em frente,você esta de parabéns!
    Bjs

    Leticia

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