quarta-feira, 28 de abril de 2010

Educando humanos.

Certa noite, saímos (eu e Pipoca) para correr na ciclovia da praia do Leblon e Ipanema. Sempre tenho o cuidado de correr com a Pipoca do meu lado direito, bem próximo ao meio fio, com o objetio de evitar acidentes com bicicletas e outros corredores, já que ela é uma cachorrinha pequena. Desta maneira, eu pretendia impedir que as pessoas tentassem nos ultrapassar pela direita, o que não é permitido pelo código de trânsito nacional. De fato, este esquema tem funcionado bem, porém, neste dia, quando estávamos voltando, fomos surpreendidos por uma corredora que subiu um filete de calçada que separa a ciclovia da pista de automóveis, para nos ultrapassar pelo lado direito, apesar de não haver absolutamente ninguém na nossa esquerda. Eu confesso que fiquei meio indignado com a atitude da corredora, mas Pipoca não se conteve. Enquanto a corredora seguia pelo filete de calçada, ainda ao nosso lado, Pipoca tentava dar ligeiras mordiscadas na parte posterior do tenis da infratora, que imediatamente virou seu rosto em minha direção e me olhou. Eu fiquei um pouco perdido e, meio que brincando, disse: “Desculpe, mas ela detesta ser ultrapassada pela direita”. Na mesma hora, sem pronunciar uma palavra, a corredora infratora diminuiu sua velocidade e se posicionou atrás da gente, seguiu assim por mais alguns metros, depois fez a ultrapassagem pela esquerda e foi embora, sem que Pipoca lhe desse mais atenção. Voltei para casa morrendo de rir da situação, afinal era um cão educando um humano.
Quando leio livros ou assisto aos programas de TV sobre comportamento canino, como o “Encantador de cães” com César Millan e “Ou eu ou o cachorro” com Victoria Stilwell, verifico que a grande maioria, senão todos, os problemas comportamentais dos cães, são gerados pelos humanos, os quais precisam se auto corrigir para então modificar seus cães. Enfim, chego a uma conclusão, nós humanos somos muito doidos e podemos sim aprender muito com nossos cães, pois eles nos mostram que a vida é simples, quem a complica somos nós, seres humanos.


Aqui estão alguns bons ensinamentos caninos:


• Se ficar encarando uma pessoa por bastante tempo, você acaba conseguindo o que quer.
• Sempre deixe espaço para uma boa soneca em sua programação.
• Cumprimente as pessoas de forma amigável:
• Quando fizer algo de errado, sempre assuma a culpa (assim que for arrastado do seu esconderijo em baixo da cama).
• Se não for molhado e babado, não é um beijo de verdade.
• Quando sair para ver o mundo, lembre-se: sempre pare para cheirar as rosas e as árvores, a grama, as pedras, os hidrantes.
• Nunca deixe passar uma oportunidade de dar uma fugidinha.
• Sinta o ar puro e o vento em seu rosto como se fosse a oitava maravilha do mundo.
• Quando as pessoas queridas chegarem em casa, sempre corra para cumprimentá-las.
• Quando for do seu interesse, seja obediente.
• Deixe que os outros saibam quando invadirem seu território.
• Tire umas sonecas e se espreguice antes de levantar.
• Corra, saltite e brinque diariamente.
• Coma com gosto e entusiasmo. Pare quando estiver satisfeito.
• Seja fiel.
• Nunca finja ser algo que você não é.
• Se o que você quiser estiver enterrado, cave até encontrar.
• Se uma pessoa estiver tendo um dia ruim, fique em silêncio, sente perto dela e encoste-se gentilmente.
• Alegre-se ao conseguir atenção e deixe que as pessoas o toquem.
• Evite morder se uma simples rosnada funcionar.
• Em dias de calor agradável, pare para deitar de barriga para cima na grama.
• Em dias muito quentes, beba muita água e deite sob a sombra de uma árvore.
• Quando estiver contente, pule e balance todo o corpo.
• Não importa o quanto você for censurado, não se sinta culpado e não faça bico... corra de volta e faça as pazes.
• Delicie-se com o simples prazer de uma longa caminhada... ...ou corrida.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Diversificando: que tal nadar com seu cão?


Quando chegamos em Itaipava em dias de sol, colocamos a sunga e vamos direto para piscina. Enquanto brincamos dentro da piscina, a Pipoca fica latindo e rodeando a beirada, tentando morder as gotas de àgua  que voam no ar. Eu não sei se de forma intencional (mas parece), ela leva um escorregão sozinha e tchibum dentro d’água. Nadamos um pouquinho com ela e a tiramos da piscina. Dependendo do tempo que permanecemos na piscina, ela entra novamente mais 2 a 4 vezes e, sinceramente parece ficar bem feliz.

Algumas raças de cães simplesmente adoram nadar, como os Labradores e os Golden Retrievers. Nadar é uma ótima atividade física para os cachorros, pois além de fortalecer a musculatura, é uma grande diversão para eles. Porém, alguns cuidados são essenciais para não transformar estes momentos de prazer em aborrecimento.

 

Nadar sem traumas.

Nunca jogue ou empurre seu cão na água, pois ele pode ficar traumatizado pra sempre ou até se afogar. Ao perceber, de repente, que não tem onde apoiar as patas e com a água atrapalhando a respiração, o cão tende a se desesperar. Tudo isso somado ao cansaço pode resultar num afogamento. Para o seu cachorro nadar e brincar com você dentro da piscina, acostume-o aos poucos a essa nova atividade. Embora a grande parte dos cães aceite bem exercícios aquáticos, o seu cachorro só vai gostar de nadar se isso estiver associado a alguma coisa muito bacana.

Como ensinar.

Podemos começar a ensinar o cão a nadar desde filhotinho, depois de ele ter tomado todas as vacinas. Para que tudo dê certo, o cachorro precisa ficar com vontade de entrar na água. Um bom jeito de incentivá-lo é jogar na piscina um petisco ou um brinquedo pra ele buscar. Ver um cachorro conhecido nadando ou você chamá-lo de dentro da água também pode servir de estímulo. Alguns cães pode ser ajudados através do uso de um colete salva-vidas . Estes, geralmente, possuem alças que você pode prender facilmente e  ajudam na elevação de seu cão para fora da piscina.
Alguns cães, quando estão na água, não sabem pra que lado ir. Batem as patas pra cima, como se quisessem sair da piscina, não movem o corpo pra frente... ou seja, não saem do lugar!!! Nesse caso, antes que o cachorro se canse demais e acabe se traumatizando, mostre pra ele como fazer. Para tanto, segure firme o animal, com o corpo pra frente na posição horizontal, e solte-o na direção certa.

Muita atenção.

É fundamental ficar de olho no cachorro durante todo processo e estar preparado para socorrê-lo se for necessário. Até mesmo porque, normalmente, as piscinas não têm recursos para os cães saírem sozinhos da água. Quase nenhum cão consegue deixar a piscina por aquela escadinha que estamos acostumados. Existe uma plataforma (Save Dog), desenvolvida por veterinário brasileiro, que é acoplada na escada da piscina, e desta forma, pode reduzir o risco de afogamento de cães em piscinas residenciais.

Cachorro molhado.
Logo depois da natação, certifique-se de lavar o seu cão com água fresca para remover o sal (quando nadar no mar) ou os produtos químicos (principalmente o cloro da piscina), que podem causar irritação ou alergia em alguns cães. De preferência, seque bem o pelo e as orelhas do cachorro, pois a umidade pode causar dermatites e otites. 

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Passear com o cão pode ser prazeroso ou um sofrimento, a coleira está em suas mãos.

São 7 horas da manhã, hora de Roger passear com seu cão antes de sair para o trabalho. Ele coloca a coleira em Chapinha, e abre a porta. O cão sai na frente e, arrastando seu dono, vai estabelecendo o caminho. Ao avistar um pombo, salta em direção a ele, dando um tranco na coleira. Vinte minutos depois, Roger puxa com esforço seu cão de volta pra casa. Seu braço está doendo ao tentar conter o cachorro, e ele está com raiva.

Esta situação ocorre com certa frequência e, pode ser facilmente evitada ou solucionada desde que o dono tenha determinação e pratique alguns exercícios simples de liderança.

O treinamento começa em casa.

As ruas e os parques são realmente uma tentação para os cães. Por isso, ensinar seu cão a não puxar a guia à frente de tantas distrações pode ser bem difícil. Se pretende ensinar seu cão a não puxar a guia, comece a ensinar em casa. Trabalhar com o cão em lugares sem distrações no início do treinamento vai ajudá-lo a se concentrar no exercício, o que é essencial para um bom aprendizado. Após seu cão ter entendido que não deve puxar a guia dentro de sua casa, passe a treinar em seu quintal. Em seguida, treine em ruas calmas e assim por diante.

Escolha e use adequadamente os equipamentos com seu cão.

Tudo que seu cão vai precisar para aprender a passear sem puxar é de uma coleira (parte que está no pescoço ou peito do animal) e uma guia (parte do equipamento que fica “plugada” na coleira e vai até a sua mão), ambas leves e resistentes.

  • Coleiras. A coleira mais usada é a de pescoço. O ideal é mantê-la o tempo todo no cão, para ser mais fácil agarrá-lo assim que for preciso e para mantê-lo sempre identificado, com maior chance de recuperá-lo caso fuja ou se perca. O enforcador é uma coleira especial para caminhadas e treinos, útil para educar e para conter os cães, aumentando a segurança. Quanto mais o cão puxa, mais se sente "enforcado", até desistir por causa do desconforto. Deve-se ensiná-lo gradualmente, para não ser preciso "enforcá-lo" com freqüência exagerada, o que prejudica a respiração, além de poder causar irritação no pescoço e na traquéia. O diâmetro ideal, para o acessório não sair quando o cão abaixa a cabeça, é aquele que passa por ela com menor folga. Uma coleira eficiente para o controle, sobretudo de cão grande e forte, é o cabresto (Gentle Leader). Lembra uma focinheira e permite ao cão abrir a boca e morder. Quando ele puxa a guia, a cabeça é forçada a virar para trás e a ação é interrompida. Com o cabresto, uma pessoa de apenas 40 quilos passeia facilmente com um cão pesado, como um São Bernardo ou Dogue Alemão. Mas o cão precisa ser habituado ao uso, caso contrário o incômodo poderá fazê-lo esfregar a peça por toda parte. Não se adaptam ao cabresto os cães de focinho muito curto, como os buldogues. Outra coleira é a peitoral, que além de confortável para o cão, ela também facilita erguer rapidamente um cão pequeno, o que pode ser útil em passeios diante da ameaça de ataque de um cão de porte maior, por exemplo. Mas o condutor pode perder controle sobre o comportamento do cão se não conseguir refrear a motivação dele para puxar cada vez mais.

  • Guias. As melhores guias são aquelas mais resistentes, leves e "silenciosas". As de tecido e de couro podem preencher bem esses requisitos. São as menos percebidas pelo cão. Ele demora mais, portanto, para descobrir que está solto quando a guia escapa da nossa mão. Já a guia de metal faz ruído conforme é sacudida. Por outro lado, é a única que resiste aos cães "especialistas" em roer guias. Não se deve deixar, portanto, o cão roedor preso com guia de tecido ou de couro. Alguns treinadores preconizam que, para permitir controle total sobre o cão, a guia não deve possuir um redutor dos trancos, pois se o cão não sentir o tranco "seco" dado pelo condutor, o respeitará cada vez menos e o puxará cada vez mais quando quiser seguir adiante com a sua própria velocidade e direção. Esse redutor ocorre em guias elásticas e em modelos com mola amortecedora.

Muito cuidado para não machucar seu cão.

Você deve tomar muito cuidado ao treinar seu cão ou ao escolher e utilizar equipamentos, de maneira intuitiva, sem possuir os conhecimentos necessários para este fim. Um estudo realizado na Suécia, revelou que 63% do total de 400 cães avaliados, apresentavam lesões no pescoço e coluna vertebral, sem sinais clínicos aparentes. Dos cães com lesões no pescoço, 91% haviam experimentado duras "correções" ou tinham uma longa história de puxar ou forçar a guia. O autor concluiu: "Por muitos anos nós criticamos o uso do puxões ou empurrões na coleira como métodos de treinamento com o objetivo de controlar o comportamento dos cães. Infelizmente, a maioria dos treinadores utiliza apenas esta técnica. Há provavelmente uma relação entre a força do puxão e os riscos de lesão. Acredito que os donos de cães devem ser advertidos de que o uso de equipamentos fabricados de material estático, sem elasticidade, pode aumentar o risco de uma lesão medular. Além disso, um cão pode facilmente esquecer os limites estabelecidos pela guia e, ao acelerar, de repente receber um forte tranco, onde toda a força ficará concentrada no pescoço do cão (Hallgren, “Animal Behavior Consultants Newsletter” July, 1992, V.9 No.2).

A chave para o sucesso é a persistência e consistência. Se você não conseguir sozinho, procure um profissional em comportamento canino que use métodos suaves e se adapte às suas necessidades.

terça-feira, 20 de abril de 2010

Escolha de um parceiro canino.


Embora a raça por si só não determine se um cão será um companheiro ideal para prática de corrida, algumas raças estariam geneticamente mais preparadas, tais como os Galgos e os Whippets, corredores natos. Por outro lado, cães braquicefálicos (com nariz achatado), com os Bulldogs, Pugs e Shih-Tzus, não custumam aguentar exercícios prolongados, pois têm de fazer muito esforço para respirar durante a corrida. Cada cão possui seus limites próprios, que devem ser respeitados, como características da raça, idade e disposição. Alguns fatores interessantes que devem ser considerados:

Altura. Os cães mais adequados para correr ao seu lado são aqueles que tem a altura acima do seu joelho. Raças como Labradores, Weimaraners, Standard Poodles e raças de pastoreio como Border Collie e Pastor Alemão em geral são atléticos o suficiente para correr bem. Cães mais baixos como o Maltês, Yorkies e Chihuahuas são mais fáceis de se tropeçar e tendem a ficar um pouco atrás. Podem não ser os melhores candidatos para correr, mas podem percorrer distância curtas em menor velocidade. Por outro lado, algumas raças menores como Jack Russell, Fox, e Border Terriers são grandes corredores. 

Idade/Sobrepeso. Cães com 10 meses a 1 ano estão com a idade perfeita para começar a correr. Já cães com menos de 6 meses de idade, idosos ou muito acima do peso estão contra-indicados para correr. 

Pelagem. Cães com a pelagem escura tendem a superaquecer rapidamente em climas mais quentes. A quantidade de pelos também influi. Aqueles cães com pelagem abundante vão sentir muito mais o treino que os de pelo curto.

O temperamento, a socialização, a força do vínculo com dono e, certamente, o estado de saúde geral também são fatores determinantes. Vale a pena considerar que existem maravilhosos cães de raça pura ou mestiços, nos abrigos de animais, disponíveis para adoção que, certamente preenchem perfeitamente esta vaga de companheiros corredores.

Não podemos esquecer que nem sempre o cão possui a mesma disposição ou treinamento que seu dono. Um corredor experiente deve entender que seu companheiro está começando e precisa de tempo para se adaptar gradativamente. Neste caso, não o force, e verifique se ele está querendo diminuir a marcha ou parar, pois exagerar na dose pode causar lesões musculares e nas articulações do animal. Melhor ainda se dono e cão estiverem iniciando as atividades juntos, pois assim os dois avançarão de forma equilibrada durante a corrida. O objetivo é que a atividade seja prazerosa para ambos.

Aqui estão as 20 melhores raças de cães para nos acompanhar em corridas (ordem alfabética):

Corridas de curta/média distância
1. Galgos (Greyhound) 
2. Whippets 


Corridas de longa distância
3. American Pit Bull Terrier
4. American Staffordshire Terrier 
5. Australian Cattle Dog (Boiadeiro Australiano)
6. Australian Shepherd (Pastot Australiano)
7. Border Collies
8. Boxer 
9. Brittany Spaniel (Spaniel Bretão)
10. Coon Hounds
11. Dálmatas
12. Dobermans
13. Fox Terriers
14. Pastores Alemães
15. Poodles Standard
16. Husky Siberianos 
17. Jack Russell Terriers 
18. Rhodesian Ridgeback 
19. Vizslas (Braco Húngaro) 
20. Weimaraner

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Aumentando as distâncias.

Acordamos bem cedo no sábado (Eu e Pipoca), o dia estava maravilhosamente ensolarado. Resolvi correr na Lagoa Rodrigo de Freitas, que tem um visual fantástico, tanto das margens da Lagoa quanto do Corcovado e, com certeza, é um dos lugares mais bonitos do Rio de Janeiro. A princípio, pretendia fazer um treino curto, totalizando uns 4 a 5 km. Liguei meu iPod e começamos a correr. Eu estava tão satisfeito em estar ali correndo com a Pipoca, contemplando tudo ao meu redor, que acabei me distraindo e fui longe demais. Demos uma parada, e acreditei que talvez estivesse na metade do percurso total da volta na Lagoa e, baseado nisso, resolvi completar a volta toda ao invés de retornar. Pois é, continuei correndo, e logo logo percebi que eu estava enganado, eu não estava na metade do caminho. Aí, não tinha mais jeito, completamos a volta com mais uma parada para nos hidratarmos com uma gelada e saborosa água de côco. Total do percurso, aproximadamente 8 km, considerando os 7,5 km da volta na Lagoa e mais o percurso de ida e volta do Leblon a Lagoa. Ao chegar em casa, tive a certeza de que a Pipoca estava ótima, talvez melhor do que eu, pois após beber água, ela rapidamente pegou a bolinha de tênis e me trouxe para brincar.

domingo, 18 de abril de 2010

Benefícios de correr com seu cão.

Há muitas razões que tornam o cão, o parceiro ideal para prática de corridas. Eles têm uma capacidade atlética natural e uma alegria de correr que podem ser fontes de inspiração para os corredores de todos os níveis. Além disso, temos a responsabilidade de fornecer a estimulação física e mental para nossos cães. Um cão bem exercitado, não é apenas um cão feliz, mas também um cão saudável. Suas endorfinas, como as nossas, são ativadas durante o exercício e, como bônus adicional, a corrida é uma ótima maneira para ambas as espécies de eliminar uns quilinhos extras. Os cães amam fazer as coisas com a gente, e muitos vêm de linhagens criadas para o trabalho, caça, pastoreio e guarda e, portanto, ter um "emprego" acrescenta objetivo em suas vidas. Eles realmente nasceram para correr!

sexta-feira, 16 de abril de 2010

A solução.

Comecei a estudar os poucos dispositivos do tipo "mão livre" disponíveis no mercado internacional, para passeio e corrida com cães. Elas são basicamente constituídas de 3 elementos: (1) uma cinta, na qual é conectada a (2) uma guia, presa a (3) uma coleira. Bem, baseado em minhas investigações, cheguei a algumas conclusões: 


1. A cinta. A cinta é o mecanismo diferencial em que o cão se conecta ao corredor, permitindo que suas mãos fiquem livres. Deve estar justa e confortável ao corpo, na região da cintura, ligeiramente acima do osso da bacia. Deve também possuir uma ancoragem segura para se fixar a guia ou as guias, pois podem ser usadas com dois cães. Se possível, é interessante possuir dispositivos tipo guarda-volume para o transporte de saco plástico (para recolher as necessidades de seu cão), celular, chave e/ou dinheiro, e de repente permitir que se acople uma pequena garrafa de água.


2. A guia. A guia deve ter o cumprimento necessário para que o cão fique próximo ao seu corpo, impedindo que alguém possa tentar passar entre o corredor e seu cão, e ao mesmo tempo permita que ambos os atletas tenham espaço suficiente para correr. O material ideal para confecção da guia deve ser uma corda dinâmica, utilizada com frequencia em alpinismo, pois permite um leve grau de elongação, que a faz funcionar como um amortecedor, diminuindo a força de impacto entre homem e cão. Ao mesmo tempo, a corda dinâmica não possui tanta elasticidade, a ponto de produzir um indesejável "efeito io-iô".  
                                                                                        
3. A coleira. As coleiras tradicionais de pescoço e os enforcadores são ótimas para passeio e treinamento comportamental, entretanto, podem se tornar perigosas quando usadas durante uma corrida, pois podem exercer uma pressão muito forte no pescoço do animal. As coleiras peitorais são mais eficientes para este objetivo e deixam o cão mais a vontade para correr.


Tendo encontrado as especificações ideais, parti para a confecção da inédita coleira "Dog Runners" tipo mãos livres do Brasil.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Dificuldades iniciais.

Desde nosso primeiros passos, tive a preocupação de fazer um condicionamento gradual, aumento dia-a-dia as distâncias percorridas. Desta forma, também aumentava a resistência das patinhas dela para correr no asfalto. Mesmo quando ela aparentava "querer mais", ainda assim eu parava a corrida quando atingíamos a distância estabelecida. Durante as corridas, utilizava uma coleira de pescoço e uma guia convencional, segurando na mão direita, pois ela ficava posicionada meu lado direito, ligeiramente atrás. Sei que alguns livros e adestradores preconizam manter o cão do seu lado esquerdo, mas como corria na ciclovia ficava preocupado de que uma bicicleta pudesse atingí-lo e, no meu entender, correr com o cão posicionado do seu lado direito, mantém ele em uma "zona segura". Outro obstáculo, era o fato de ter que segurar a guia, e desta forma, perder a mobilidade do meu braço direito. Inicialmente era indiferente, porém, passados alguns quilômetros, ficava realmente desconfortável. Achei que encontraria na internet uma guia especial, que presa a cintura, permitiria que minhas mãos ficassem livres, entretanto, as chamadas "Hands-free dog leash" são raras e não existem no Brasil. Bem, o jeito foi improvisar...

Como tudo começou...

No final de 2009, adquiri uma cachorrinha da raça Jack Russell Terrier. Apesar dos diversos conselhos a respeito da "hiperatividade" desta raça, resolvi que estaria disposto a investir meu tempo neste relacionamento. Seu nome, Pipoca. Logo nos primeiros meses de convívio percebi que, de fato os conselhos eram procedentes, Pipoca sempre demonstrou ser inteligente, teimosa e agitada. Como tenho dois filhos pequenos, não poderia permitir a presença de um cão desobediente e, principalmente, conviver com a possibilidade de uma mordida. Então, com o objetivo de educar a Pipoca, comecei a ler livros sobre psicologia canina e aplicar os conhecimentos então recém adquiridos. Quem possui um cão já deve ter ouvido o ditado "cachorro cansado é cachorro feliz". Como o Jack Russell Terrier é uma raça muito rústica, ágil e veloz, frequentemente utilizada em provas de agility, resolvi levar a Pipoca para correr comigo. No início, ela puxava muito, fazia zig-zag na minha frete, porém, passados 15 minutos de empolgação, ela tomava seu lugar ao meu lado, orelhas para trás, e me acompanhava fielmente. Ao final do treino, permanecia uma sensação agradável de dever cumprido ao olhar para ela e ver aquela língua pra fora e uma cara de pura felicidade.