sábado, 17 de julho de 2010

Pipoca no ar.

Em minha constante busca por atividades físicas e mentais capazes de satisfazer e gastar a energia incansável da minha Pipoquinha, resolvi conhecer o agility. Fomos, então, no sábado passado, para a Lagoa, para fazer uma aula experimental de agility. Para os que não conhecem, o agility é um esporte praticado em dupla composta de um cão e seu condutor. Consiste em fazer o cão percorrer um circuito de obstáculos no menor tempo possível e com o menor número de faltas. Pode ser praticado por qualquer tipo de cão, não importando o tamanho, raça e se possui ou não pedigree. 

Ao chegarmos lá, conversamos como o instrutor Janildo Santana e sentamos para observar o treinamento de um cão beagle que já estava na pista. O instrutor ensinava para a dupla condutor/cão como passar no interior de um túnel. Porém, o cão hesitava. O túnel teve, então, seu comprimento reduzido e, desta forma o cão passou. O túnel foi gradativamente aumentado e o exercício se repetia com desempenho inconstante, ora o cão passava, ora refugava. Até quando o cão conseguiu passar através do túnel totalmente esticado e o exercício terminou. 

Chegou a nossa vez. Contava com a importante e ilustre presença de Lucas, meu filho primogenito de 6 anos, disposto a me auxiliar no treino, uma vez que Pipoca tem uma ligação muito grande com ele. Contava também com auxilio de uma pequena bolinha amarela de brinquedo, que ao ser apertada, emitia um som que Pipoca adorava. O primeiro exercício foi dado: passar pelo interior do túnel completamente esticado e saltar um obstáculo logo na saída. Após assistir o beagle, questionei a dificuldade do exercício para um cão que nunca participou do agility. Janildo, tranquilo e seguro, me respondeu que um Jack Russell era diferente, “ela foi feita para isso” disse ele. Entreguei uma bolinha para o Lucas que se encaminhou para trás do obstáculo. Eu peguei a Pipoca no colo e fomos para a entrada do túnel. Não sabia exatamente o que pensar, mas sinceramente não duvidava da esperteza dela. Lucas começou a apertar a bolinha e, ao escutar aquele som, ela já começou a se debater tentando se soltar para seguir em sua direção. Quando a soltei, ela partiu pelo interior do túnel e depois saltou o obstáculo com elegância, até os braços de meu filho que a parabenizou bastante. Fiquei orgulhoso. A complexidade dos exercícios foram aumentando, e ocorreram mais acertos do que erros, mas uma certeza eu tive no final, meu treinador estava certo, “ela foi feita para isso”. 

Sei que o agility exige muita paciência e persistência, mas acredito, sinceramente, que o que importa neste exercício, é a interação entre o dono e seu cão, mesmo que as tarefas não sejam imediatamente alcançadas. E uma coisa é certa, atingimos o nosso objetivo principal, nos divertimos pra caramba.




domingo, 11 de julho de 2010

Quando a idade é documento.

Na década de 1970, os cães geralmente viviam por 7-8 anos. Atualmente, um cão pode atingir, ou até mesmo ultrapassar, 10 a 15 anos de vida. Porém, assim como os seres humanos, pode haver uma grande variação neste tempo, que normalmente depende de variáveis como tipo de alimentação e nível de atividade física durante todo o período de vida. A herança genética também é um fator determinante. Existem também algumas diferenças em relação ao amadurecimento entre as diferentes raças caninas. Normalmente, cães de pequeno porte deixam de ser filhotes mais rapidamente do que cães de grande porte. Assim como cães de porte gigante envelhecem mais precocemente, quando comparados a raças menores, que tendem a viver mais tempo. Entretanto, um fato é comum, todos os cães, independente da idade, precisam de exercícios físicos diários. Mas, não devemos esquecer que filhotes e cães idosos necessitam de atenção especial em relação a suas atividades físicas.


Filhotes.

Cães filhotes e muito jovens apresentam articulações e ossos vulneráveis e não devem ser estimulados a praticar atividades físicas intensas, como agility ou corrida. A principal razão para se evitar correr e saltar com filhotes é que suas estruturas ósseas e ligamentares ainda estão em desenvolvimento e as forças geradas a partir de um funcionamento intenso destas estruturas, não podem se dissipar de forma eficiente, ocorrendo risco de lesioná-las.

Outra consideração importante é o potencial de dano à cartilagem de crescimento. Assim como nos seres humanos, os cães têm placas de crescimento nas extremidades proximais e distais dos ossos longos. Estas placas altamente vasculares são o epicentro para o crescimento ósseo em um filhote em desenvolvimento. Qualquer prejuízo para a placa de crescimento pode causar danos permanentes por retardo de crescimento ósseo. As consequências podem variar de micro-fraturas indetectáveis até lesões funcionais limitantes.

Devemos considerar também o desenvolvimento emocional. Os filhotes são cães imaturos e precisam de tempo para aprender como tornar-se membros da família e bons cidadãos. Eles fazem isso através da interação com o meio ambiente sob a forma de jogar, aulas de obediência, ou simplemente perseguindo folhas no quintal. Eles precisam dormir durante pelo menos 17 horas por dia para crescer fortes e saudáveis. Portanto, brincar ainda é o melhor exercício para cães em crescimento, pois desta forma, eles podem parar quando estiverem cansados.

Cães idosos.

Quando os cães envelhecem, eles ainda precisam de exercícios físicos. Estas atividades trazem benefícios para o coração, circulação, pulmões, sistema digestivo, e juntas, bem como na luta contra a obesidade. Comparados com os cães mais jovens, no entanto, os cães mais velhos precisam de ajustar o tipo e a duração dos exercícios. Atividades de baixo impacto como natação e caminhadas leves (dez ou quinze minutos, duas vezes por dia) são preferíveis do que longos percursos. A velocidade também deve ser reduzida. Se o seu cão ficou inativo por um longo periodo, inicie as atividades gradualmente, porém não deixe de fazer uma avaliação minuciosa com o veterinário previamente. Quando diagnosticados como portadores de artrite, que pode causar dificuldades de movimentação, solicite ao seu veterinário um programa de exercícios apropriado para não agravar o problema.


Aja sempre com responsabilidade e respeito que seu cão merece. Proporcione uma vida longa e saudável para seu melhor amigo.


A tabela abaixo, resume as diferenças no desenvolvimento dos 4 principais grupos de cães. O objetivo desta tabela é meramente fornecer informação para que o proprietário possa identificar as mudanças etárias, permitindo uma abordagem diferenciada, principalmente para filhotes e cães idosos.




terça-feira, 6 de julho de 2010

Treinamento canino como terapia de auto-controle pessoal.

É um ponto de honra entre os adestradores que os problemas dos cães são quase sempre seus donos. Frequentemente, de forma inconsciente, ensinamos comportamentos inadequados aos nossos cães e depois não sabemos como corrigir. Um exemplo bem simples é quando chegamos em casa e nosso cãozinho, ainda filhote, nos recebe abanando o rabinho e saltando sobre nós, achamos lindo, o acariciamos, o colocamos no colo e o enchemos de afago. Esta situação é repetida por diversas vezes, até que ele aprende que quando ele pula em você, ele recebe toda a sua atenção.


Os métodos antigos de adestramento usavam a punição como forma de evitar um comportamento indesejado. Por exemplo, se o cachorro sai puxando a coleira na frente ele vai ser sufocado pelo enforcador. Se o cachorro faz xixi no lugar errado, bate-se no cão com jornal enrolado. O cachorro é ensinado a ter medo de repetir aquele determinado comportamento. Contudo, devemos entender que cães confrontados com raiva e ameaças possuem apenas duas opções: lutar ou fugir. Quando alguém os espanca ou intimida, eles podem fazer uma coisa ou outra, mas definitivamente não aprendem.


De modo contrário, o conceito do treinamento positivo enfatiza o reforço dos comportamentos adequados e desejados, e geralmente rejeita técnicas negativas e coercivas como gritar, bater ou reações ainda mais violentas. Ao invés de punir seu cão por fazer algo errado, você o recompensa por fazer as coisas certas, usando elogios, carinho e petiscos.


Entretanto, reconheço que não é nada fácil, por exemplo, chegar em casa, e encontrar objetos destruídos ou dejetos orgânicos espalhados pela sala. Ficar bravo e com raiva é uma reação natural de qualquer ser humano. Porém, ignorar e aguardar uma próxima situação onde, ao chegar em casa, tudo está em ordem, para aí sim, parabenizar seu cãozinho, é necessário muita paciência e auto-controle.


Desta forma, o método de reforço positivo exerce pressão sobre a pessoa, em vez do cão, para que ela suprima a raiva e a impaciência, e basicamente enaltece ou sinaliza bons comportamentos do cão. Para atingir o objetivo, as pessoas precisam ter uma ampla visão do treinamento e reprimir alguns de seus mais fortes impulsos.


Segundo Jon Katz, o treinamento com cães diz menos respeito a obediência canina do que a capacidade do treinador se tornar um ser humano melhor, menos irritado e exigente, mais paciente e claro.

Literatura recomendada: Orson: Um cachorro para toda a vida. Jon Katz (2007).
Nota: Aconselho a parar o livro no capítulo 9 (Não ler o capítulo 10 em diante).
Para ler a sinopse, clique aqui

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Elefantes não são os únicos que nunca esquecem.

Qualquer pessoa que inicie um programa de exercícios físicos deve saber que começar a fazer as atividades e manter a rotina de treinamento são duas tarefas completamente diferentes. Fazer alterações de médio e longo prazo em seus hábitos e rotinas diárias exigem um compromisso pessoal que será testado em diversas ocasiões. Situações como dias muito frios ou muito quentes, dias de chuva, ou então você ficou gripado ou simplesmente foi dormir muito tarde na noite anterior. Frequentemente, por volta de 3ª semana, o entusiasmo sofre uma queda e, quando isso acontece, devemos procurar algo que nos motive a persistir. Normalmente, uma boa companhia de treinos, amigos(as) ou companheiros(as), são uma excelente razão para manter a motivação lá no alto.

Vamos imaginar que você irá iniciar um programa de caminhadas diárias com o seu vizinho, todos os dias da semana às 7:30 da manhã, antes do trabalho. Na segunda-feira, vocês se encontram e caminham. Terça-feira idem. Quarta-feira, vocês se encontram as 7:50, mas ainda assim vão. Quinta-feira, está chovendo, e seu vizinho (ou você?) desiste. Quinta-feira a noite, você confere as notícias na internet e descobre que estará muito cansado ou vai estar muito frio para ir na sexta-feira. A partir daí, somam-se várias desculpas e desencontros, fazendo com que a parceria simplemente fracasse. É um cenário desanimador, porém infelizmente muito comum.

Por outro lado, um parceiro de treino de quatro patas,  é aquele que nunca, nunca irá te decepcionar, nem mesmo quando o "esquecimento" sobre o seu treino é exatamente o que você gostaria de fazer. Sem repertório de desculpas, Rex jamais vai se recusar a andar com você em qualquer situação climática ou em qualquer estado de cansaço. Na verdade, ele vai te lamber, pular, latir, chorar, abanar o rabinho e fazer o que for necessário para levantar você da cama ou tirar sua bunda do sofá, e seguir porta a fora, quando for a hora de seu passeio programado. A mera visão de você amarrando seus tênis de corrida é o suficiente para que a maioria dos cães fiquem num estado de frenesi e êxtase de esperança. Ele vai te olhar com aquela cara de tadinho, no fundo do seu olho e, extamente neste momento, você deverá pensar “é melhor eu ceder e ir caminhar, do que ficar aqui parado e sedentário, ignorando meu cãozinho”. Lembre-se, pensando assim, você estará fazendo um benefício para saúde de ambos, como controle do peso, aptidão cardiovascular, força muscular, além de estreitar seu relacionamento com seu cão. Você terá vencido o momento mais difícil, que é sair de casa, depois, já na rua, eu duvido que alguém irá se arrepender.

Participe da campanha "Não deixe seu cão vendo televisão".


*Texto adaptado do livro “Fitness unleashed: a dog owner`s guide to losing weight and gaining health together.” Marty Becker e Robert Kushner. 2006. **Imagem de campanha publicitária da ESPN.

domingo, 6 de junho de 2010

Estes corredores incríveis e seus cães incansáveis: As aventuras de Yuri.

Quando iniciei minhas corridas com a Pipoca, sinceramente não imaginava o quanto ia me divertir. Ao buscar mais informações sobre corridas com cães, percebi o quanto é difícil encontrar textos e publicações sobre o assunto. Foi então que resolvi escrever o Blog e, fiquei realmente estusiasmado com o retorno que tive em poucos meses. Muitas pessoas entrando em contato em busca também de mais informações e respostas as suas dúvidas. Por este motivo, e com o objetivo de trocar experiências e conhecimento entre os atletas que realmente curtem correr com seus parceiros caninos, resolvi criar um espaço para divulgar as histórias de corredores e seus cães. E, para estreiar este espaço, aqui está o relato do amigo e colega de profissão Fumio e as aventuras de Yuri.


As aventuras de Yuri.

"Possuo um cão boiadeiro australiano (Australian Cattle Dog). Eles possuem uma energia imensa, pois são cães de pastoreio e necessitam fazer bastantes exercícios. O nome dela é Yuri e está com 10 meses de idade. Começei agora um adestramento de obediência e treinamento de Agility. 
Pelas informações que obtive pesquisando, não é recomendável correr com seu cão antes de se tornar adulto para não comprometer suas estruturas ósseas ainda em formação e, que, caminhadas, enquanto filhote, são suficientes. Todavia (rsrsrs), corria pelo menos, uma vez por semana onde morava em Bauru (SP). Ela simplesmente adorava. Quando parávamos para descansar, ela vinha para cima de mim, colocava as patas sobre meus ombros e me enchia de beijos, como se estivesse agradecendo pelo passeio. 
Recentemente, tive que me mudar para Manaus e a rotina mudou um pouco. Começamos agora a retomar umas corridinhas, mas bem de leve, sem forçar. Aqui perto de casa, tem uma praça. Corremos a noite, em volta dela, quando é mais fresco. Fora isso, ela me acompanha em diversas aventuras pelo Brasil a fora, já fizemos juntos trekking, escaladas, acampamento, tiroleza, rafting, etc. Realmente, é uma grande parceira, companheira de aventuras, que aceita os desafios sem esmorecer."

Fumio Matoba Júnior, cirurgião-dentista, 37 anos





Para aqueles que quiserem compartilhar suas experiências, enviem um relato e foto(s) através do contato no canto superior direito desta página.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Necessidades nutricionais dos cães.

“Ao limitar o espaço dos animais e as chances de encontrarem seus alimentos naturais, o homem deve encarregar-se de fornecê-los de maneira adequada a cada espécie” (Nunes, 1995)". Todos os cães precisam de uma dieta balanceada e completa, onde deve ser considerado o aporte energético de acordo com seu estado fisiológico, nível de atividade física, correto equilíbrio de aminoácidos, vitaminas e minerais. Os nutrientes básicos que compõe as rações são:

  • Proteínas. Compões os músculos, pele, órgãos, pêlos, unhas e sangue. Há diferenças no valor nutricional, especialmente durante a digestão, de proteínas "boas" (carne vermelha ou branca, peixe, ovos, etc.) e proteínas "más" (tendões, tecidos conectivos), que não são digeríveis e serão eliminados nas fezes. O termo “digestibilidade” ou “coeficiente de digestibilidade” é utilizado para definir a quantidade de nutrientes que compõe a ração que é absorvido, ou seja, aproveitado pelo organismo do animal. Por exemplo, duas rações diferentes (Uma econômica e uma premium) que contenham o mesmo percentual de Proteína descrito na embalagem tem a digestibilidade completamente diferente, a econômica em torno de 45 a 50% e a premium acima de 80%, ou seja, na econômica, a metade ou mais da ração que você está oferecendo ao seu cão está indo para as fezes, e não para o organismo onde deveria. A proteína bruta descrita na embalagem inclui a proteína digerível e não-digerível juntas. É bom lembrar que esse “coeficiente de digestibilidade” considera não só a proteína, mas todos os outros componentes de uma ração, tais como extrato etéreo, matéria mineral, cálcio, fósforo, etc.;
  • Carboidratos. Os carboidratos (extrativo não-nitrogenado) são fontes de energia, e, sobretudo, são fontes baratas, pois são de origem vegetal (arroz, milho, etc). Geralmente estão presentes nas rações em grandes quantidades. Não são determinantes na escolha de uma ração, pois uma ração pode ter alto teor de carboidratos, e ter boas fontes de proteínas e gorduras. Embora, quase toda ração ruim seja entupida de carboidrato, com fontes ruins de gorduras e proteínas;
  • Gorduras ou extrato etéreo. Absorvem, reservam e transportam vitaminas, hidratam a pele e a pelagem e fornecem energia na forma de calorias. Os cães digerem bem as gorduras, melhor que os humanos, e adoram o sabor, mas a palatabilidade das gorduras nunca deve minar o equilíbrio nutricional de uma ração;
  • Vitaminas. Ajudam a manter o metabolismo. Cães precisam de 13 vitaminas diferentes. Cada uma tem papéis distintos, desde garantir uma boa visão, crescimento adequado e o uso eficiente das gorduras, preservar a pele e manter os vasos sanguíneos e tecidos nervosos;
  • Minerais. Necessários para deixar a pele, pêlos e ossos saudáveis. Geralmente vêm em grandes quantidades nas rações. Os minerais representam uma parcela mínima no peso do cão, mas cada um tem um papel essencial.

A maioria dos cães, alimentados com rações de alta qualidade, premium e super premium, são capazes de levar uma vida ativa e saudável. Tanto as rações premium e super premium são encontradas em pet-shops e agropecuárias e dificilmente serão encontradas em supermercados. Entretanto, cães com alto índice de atividades físicas podem necessitar de alimentos ricos em nutrientes com alto valor energético. Neste casos, é interessante que seu veterinário lhe mostre como fazer uma avaliação da condição corporal do seu cão para que possa verificar se ele está comendo a quantidade e o tipo de comida necessários para manutenção de sua saúde. Em alguns casos, suplementos alimentares podem ser indicados como coadjuvantes para a melhora da condição física do animal.

Para uma revisão mais detalhada do assunto, consultar:

http://www.adestradoronline.com/forum/viewtopic.php?f=32&t=8625

Mantenha seu cachorro sempre hidratado.

Quando você estiver correndo, é importante ficar em sintonia com as necessidades do seu cão. Os cães atletas também precisam de uma hidratação especial. O equilíbrio hidroeletrolítico é indispensável para o funcionamento do organismo do cão. Além da água, que deve ser fresca e limpa, é importante fornecer um composto contendo sais eletrolíticos em situações de maior intensidade de exercícios realizados. A simples administração de água, não recupera o animal por completo, pois é um líquido carente em potássio, sódio e magnésio, elementos importantes para o equilíbrio do organismo do animal. Também é importante um composto que contenha uma fonte energética, como por exemplo, a maltodextrina, que favorece a recuperação energética gradual do animal.

Se você estiver percorrendo curtas distâncias, se o cão não tem problemas respiratórios ou se a temperatura está fria, você provavelmente pode oferecer água, menos vezes. Entretanto, em percursos maiores, em dias quentes e ensolarados ou se você estiver acompanhado de cães com pelagem escura e longa, definitivamente você deve oferecer água com mais frequência ao seu cão.

Lembre-se de transportar água com você quando for caminhar ou correr em locais onde não há comércio disponível. Já locais de lazer apropriados para prática de esportes como ciclovias, apresentam abundantes possibilidades de hidratação, inclusive água de côco. A Pipoca simplemente adora, não só a água, como comer o côco depois. A água de côco é uma fonte natural de potássio, e auxilia no combate a cãibras e no equilíbrio sanguíneo, pois controla o sódio e a quantidade de água do corpo, principalmente durante a prática de atividade física. A água de côco é isenta de aditivos sintéticos e não contêm sacarose, somente frutose e dextrose como carboidratos, podendo ser utilizada como repositor hidroeletrolítico (potássio e sódio). Há exemplo dos produtos disponíveis para os atletas, a medicina veterinária também disponibiliza repositores de eletrólitos para os animais atletas. O “Eletrolítico pet” é indicado para reposição oral rápida de eletrólitos perdidos, pois tem alta concentração de potássio, além de possuir glicose polimerizada (maltodextrina), que não irrita o trato gastrointestinal e fornece energia para o animal.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

O Cão Atômico contra o Kong Extremo.

Antes de comprar a Pipoca, ainda na fase pré-nupcial, momento em que pesquisamos e amadurecemos a nossa intenção de adquirir um companheiro, costumava andar pela rua, interrogando qualquer transeunte que caminhasse com um Jack Russell Terrier na coleira. Certo dia, no calçadão da praia do Leblon, avistei um homem com 2 Jacks e abordei-o imediatamente enchedo-o de perguntas. Eram duas fêmeas, mãe e filha, muito bonitas, uma no chão (filha) e outra no colo (mãe). Olhando para a boca do cãozinho que estava no colo (acho que isso talvez seja uma mania de todos os dentistas), observei que ela apresentava os dentes caninos pela metade, meio que cerrados, e comentei com o proprietário: “Que pena, ela fraturou os dentes...” O dono olhou para mim com estranheza, depois olhou para o seu animal e respondeu que não havia nada quebrado e que os dentes estavam gastos mesmo. Na época fiquei meio impressionado, imaginando que tipo de cão roedor era aquele, mas que talvez fosse um caso isolado. Porém hoje, entendo melhor, quando observo minha Pipoca destruindo praticamente todos os brinquedos que vê pela frente e penso quanto tempo seus dentes irão durar. Ou seja, as informações estão a nossa disposição, mas nem sempre conseguimos enxergá-las com clareza.

Hoje recebi um retorno da empresa fabricante do brinquedo Kong, destruído pela Pipoca em 2 dias. O texto, longo e burocrático, não apresentou nenhuma informação além da descrita no próprio manual e limitou-se a dizer que talvez minha cachorrinha fosse mal treinada e a classificou como uma “mastigadora agressiva”, provavelmente a categoria acima de “cães mais destruidores”. Em momento algum me foi solicitado o Kong danificado para melhor análise, ou um outro produto em substituição. Nem sequer foi cogitada a hipótese de falha no processo de fabricação. Conclusão, Pipoca, meu cão atômico, realmente gosta de morder e destruir objetos, mas agressividade é algo que ela não possui. Já o derrotado Kong Extremo, além de destruído, decepcionou tanto na qualidade do produto quanto no suporte ao consumidor.