terça-feira, 6 de julho de 2010

Treinamento canino como terapia de auto-controle pessoal.

É um ponto de honra entre os adestradores que os problemas dos cães são quase sempre seus donos. Frequentemente, de forma inconsciente, ensinamos comportamentos inadequados aos nossos cães e depois não sabemos como corrigir. Um exemplo bem simples é quando chegamos em casa e nosso cãozinho, ainda filhote, nos recebe abanando o rabinho e saltando sobre nós, achamos lindo, o acariciamos, o colocamos no colo e o enchemos de afago. Esta situação é repetida por diversas vezes, até que ele aprende que quando ele pula em você, ele recebe toda a sua atenção.


Os métodos antigos de adestramento usavam a punição como forma de evitar um comportamento indesejado. Por exemplo, se o cachorro sai puxando a coleira na frente ele vai ser sufocado pelo enforcador. Se o cachorro faz xixi no lugar errado, bate-se no cão com jornal enrolado. O cachorro é ensinado a ter medo de repetir aquele determinado comportamento. Contudo, devemos entender que cães confrontados com raiva e ameaças possuem apenas duas opções: lutar ou fugir. Quando alguém os espanca ou intimida, eles podem fazer uma coisa ou outra, mas definitivamente não aprendem.


De modo contrário, o conceito do treinamento positivo enfatiza o reforço dos comportamentos adequados e desejados, e geralmente rejeita técnicas negativas e coercivas como gritar, bater ou reações ainda mais violentas. Ao invés de punir seu cão por fazer algo errado, você o recompensa por fazer as coisas certas, usando elogios, carinho e petiscos.


Entretanto, reconheço que não é nada fácil, por exemplo, chegar em casa, e encontrar objetos destruídos ou dejetos orgânicos espalhados pela sala. Ficar bravo e com raiva é uma reação natural de qualquer ser humano. Porém, ignorar e aguardar uma próxima situação onde, ao chegar em casa, tudo está em ordem, para aí sim, parabenizar seu cãozinho, é necessário muita paciência e auto-controle.


Desta forma, o método de reforço positivo exerce pressão sobre a pessoa, em vez do cão, para que ela suprima a raiva e a impaciência, e basicamente enaltece ou sinaliza bons comportamentos do cão. Para atingir o objetivo, as pessoas precisam ter uma ampla visão do treinamento e reprimir alguns de seus mais fortes impulsos.


Segundo Jon Katz, o treinamento com cães diz menos respeito a obediência canina do que a capacidade do treinador se tornar um ser humano melhor, menos irritado e exigente, mais paciente e claro.

Literatura recomendada: Orson: Um cachorro para toda a vida. Jon Katz (2007).
Nota: Aconselho a parar o livro no capítulo 9 (Não ler o capítulo 10 em diante).
Para ler a sinopse, clique aqui

2 comentários:

  1. André, muito manero esse seu blog.. devorei todos os posts rapidinho e estou hiper motivado, doido para dar umas corridinhas.

    Tô ansioso esperando mais dicas para corredores iniciantes.

    Valeuzão!

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  2. Eu concordo em genero numero e grau
    li o seu blog todinho, e visemelhanças na pipoca, com a minha jambú.
    rsrsrs elas adoram correr. e eu vivocorrendo com a jambú
    abraços

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