quinta-feira, 27 de maio de 2010

Necessidades nutricionais dos cães.

“Ao limitar o espaço dos animais e as chances de encontrarem seus alimentos naturais, o homem deve encarregar-se de fornecê-los de maneira adequada a cada espécie” (Nunes, 1995)". Todos os cães precisam de uma dieta balanceada e completa, onde deve ser considerado o aporte energético de acordo com seu estado fisiológico, nível de atividade física, correto equilíbrio de aminoácidos, vitaminas e minerais. Os nutrientes básicos que compõe as rações são:

  • Proteínas. Compões os músculos, pele, órgãos, pêlos, unhas e sangue. Há diferenças no valor nutricional, especialmente durante a digestão, de proteínas "boas" (carne vermelha ou branca, peixe, ovos, etc.) e proteínas "más" (tendões, tecidos conectivos), que não são digeríveis e serão eliminados nas fezes. O termo “digestibilidade” ou “coeficiente de digestibilidade” é utilizado para definir a quantidade de nutrientes que compõe a ração que é absorvido, ou seja, aproveitado pelo organismo do animal. Por exemplo, duas rações diferentes (Uma econômica e uma premium) que contenham o mesmo percentual de Proteína descrito na embalagem tem a digestibilidade completamente diferente, a econômica em torno de 45 a 50% e a premium acima de 80%, ou seja, na econômica, a metade ou mais da ração que você está oferecendo ao seu cão está indo para as fezes, e não para o organismo onde deveria. A proteína bruta descrita na embalagem inclui a proteína digerível e não-digerível juntas. É bom lembrar que esse “coeficiente de digestibilidade” considera não só a proteína, mas todos os outros componentes de uma ração, tais como extrato etéreo, matéria mineral, cálcio, fósforo, etc.;
  • Carboidratos. Os carboidratos (extrativo não-nitrogenado) são fontes de energia, e, sobretudo, são fontes baratas, pois são de origem vegetal (arroz, milho, etc). Geralmente estão presentes nas rações em grandes quantidades. Não são determinantes na escolha de uma ração, pois uma ração pode ter alto teor de carboidratos, e ter boas fontes de proteínas e gorduras. Embora, quase toda ração ruim seja entupida de carboidrato, com fontes ruins de gorduras e proteínas;
  • Gorduras ou extrato etéreo. Absorvem, reservam e transportam vitaminas, hidratam a pele e a pelagem e fornecem energia na forma de calorias. Os cães digerem bem as gorduras, melhor que os humanos, e adoram o sabor, mas a palatabilidade das gorduras nunca deve minar o equilíbrio nutricional de uma ração;
  • Vitaminas. Ajudam a manter o metabolismo. Cães precisam de 13 vitaminas diferentes. Cada uma tem papéis distintos, desde garantir uma boa visão, crescimento adequado e o uso eficiente das gorduras, preservar a pele e manter os vasos sanguíneos e tecidos nervosos;
  • Minerais. Necessários para deixar a pele, pêlos e ossos saudáveis. Geralmente vêm em grandes quantidades nas rações. Os minerais representam uma parcela mínima no peso do cão, mas cada um tem um papel essencial.

A maioria dos cães, alimentados com rações de alta qualidade, premium e super premium, são capazes de levar uma vida ativa e saudável. Tanto as rações premium e super premium são encontradas em pet-shops e agropecuárias e dificilmente serão encontradas em supermercados. Entretanto, cães com alto índice de atividades físicas podem necessitar de alimentos ricos em nutrientes com alto valor energético. Neste casos, é interessante que seu veterinário lhe mostre como fazer uma avaliação da condição corporal do seu cão para que possa verificar se ele está comendo a quantidade e o tipo de comida necessários para manutenção de sua saúde. Em alguns casos, suplementos alimentares podem ser indicados como coadjuvantes para a melhora da condição física do animal.

Para uma revisão mais detalhada do assunto, consultar:

http://www.adestradoronline.com/forum/viewtopic.php?f=32&t=8625

Mantenha seu cachorro sempre hidratado.

Quando você estiver correndo, é importante ficar em sintonia com as necessidades do seu cão. Os cães atletas também precisam de uma hidratação especial. O equilíbrio hidroeletrolítico é indispensável para o funcionamento do organismo do cão. Além da água, que deve ser fresca e limpa, é importante fornecer um composto contendo sais eletrolíticos em situações de maior intensidade de exercícios realizados. A simples administração de água, não recupera o animal por completo, pois é um líquido carente em potássio, sódio e magnésio, elementos importantes para o equilíbrio do organismo do animal. Também é importante um composto que contenha uma fonte energética, como por exemplo, a maltodextrina, que favorece a recuperação energética gradual do animal.

Se você estiver percorrendo curtas distâncias, se o cão não tem problemas respiratórios ou se a temperatura está fria, você provavelmente pode oferecer água, menos vezes. Entretanto, em percursos maiores, em dias quentes e ensolarados ou se você estiver acompanhado de cães com pelagem escura e longa, definitivamente você deve oferecer água com mais frequência ao seu cão.

Lembre-se de transportar água com você quando for caminhar ou correr em locais onde não há comércio disponível. Já locais de lazer apropriados para prática de esportes como ciclovias, apresentam abundantes possibilidades de hidratação, inclusive água de côco. A Pipoca simplemente adora, não só a água, como comer o côco depois. A água de côco é uma fonte natural de potássio, e auxilia no combate a cãibras e no equilíbrio sanguíneo, pois controla o sódio e a quantidade de água do corpo, principalmente durante a prática de atividade física. A água de côco é isenta de aditivos sintéticos e não contêm sacarose, somente frutose e dextrose como carboidratos, podendo ser utilizada como repositor hidroeletrolítico (potássio e sódio). Há exemplo dos produtos disponíveis para os atletas, a medicina veterinária também disponibiliza repositores de eletrólitos para os animais atletas. O “Eletrolítico pet” é indicado para reposição oral rápida de eletrólitos perdidos, pois tem alta concentração de potássio, além de possuir glicose polimerizada (maltodextrina), que não irrita o trato gastrointestinal e fornece energia para o animal.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

O Cão Atômico contra o Kong Extremo.

Antes de comprar a Pipoca, ainda na fase pré-nupcial, momento em que pesquisamos e amadurecemos a nossa intenção de adquirir um companheiro, costumava andar pela rua, interrogando qualquer transeunte que caminhasse com um Jack Russell Terrier na coleira. Certo dia, no calçadão da praia do Leblon, avistei um homem com 2 Jacks e abordei-o imediatamente enchedo-o de perguntas. Eram duas fêmeas, mãe e filha, muito bonitas, uma no chão (filha) e outra no colo (mãe). Olhando para a boca do cãozinho que estava no colo (acho que isso talvez seja uma mania de todos os dentistas), observei que ela apresentava os dentes caninos pela metade, meio que cerrados, e comentei com o proprietário: “Que pena, ela fraturou os dentes...” O dono olhou para mim com estranheza, depois olhou para o seu animal e respondeu que não havia nada quebrado e que os dentes estavam gastos mesmo. Na época fiquei meio impressionado, imaginando que tipo de cão roedor era aquele, mas que talvez fosse um caso isolado. Porém hoje, entendo melhor, quando observo minha Pipoca destruindo praticamente todos os brinquedos que vê pela frente e penso quanto tempo seus dentes irão durar. Ou seja, as informações estão a nossa disposição, mas nem sempre conseguimos enxergá-las com clareza.

Hoje recebi um retorno da empresa fabricante do brinquedo Kong, destruído pela Pipoca em 2 dias. O texto, longo e burocrático, não apresentou nenhuma informação além da descrita no próprio manual e limitou-se a dizer que talvez minha cachorrinha fosse mal treinada e a classificou como uma “mastigadora agressiva”, provavelmente a categoria acima de “cães mais destruidores”. Em momento algum me foi solicitado o Kong danificado para melhor análise, ou um outro produto em substituição. Nem sequer foi cogitada a hipótese de falha no processo de fabricação. Conclusão, Pipoca, meu cão atômico, realmente gosta de morder e destruir objetos, mas agressividade é algo que ela não possui. Já o derrotado Kong Extremo, além de destruído, decepcionou tanto na qualidade do produto quanto no suporte ao consumidor.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Brinquedo interativo Kong.

Escrevi no último texto que, as refeições podem se tornar um desafio mental quando se coloca comida em determinados brinquedos interativos, que possuem um espaço interno onde é possível colocar as guloseimas. O objetivo deste tipo de brinquedo, muitas vezes, é manter seu cão ocupado por longos períodos de tempo, concentrado na idéia de retirar o alimento de seu interior. O primeiro modelo deste tipo de brinquedo foi desenvolvido em 1976 por Joe Markham, para seu pastor alemão Fritz que tinha a mania de roer pedras. Assim, nasceu o Kong, que, após alguns aperfeiçoamentos, ficou da maneira como o conhecemos hoje e é fabricado pela empresa norte-americana Kong Company.
Pipoca, minha Jack Russell Terrier, de 8 meses de idade, com pouco mais de 5kg, sempre adorou morder objetos das mais diferentes consistências, incluindo móveis, portas entre outros mais ao seu alcance. Observei que todos os brinquedos feitos de plástico ou couro eram prontamente destroçados e parcialmente ingeridos, o que me causava certa preocupação. Ao conhecer o brinquedo Kong e, mais especificamente o Kong Extreme (“resistente aos cães mais destruidores”, segundo o próprio fabricante), imaginei que teria meu problema resolvido. Qual não foi minha decepção, ao verificar o brinquedo destruído já no segundo dia de uso. Fiquei me perguntando: “Este brinquedo é utilizado por treinadores com cães de porte grande como Labradores e Pastores, será que ele resiste a estes cães, porém não a minha pequena Jack Russell?” Não sou hipócrita em acreditar que existam brinquedos indestrutíveis, porém realmente acreditei que o Kong teria uma duração maior e não apenas 2 ínfimos dias, até porque seu preço não é barato. Enfim, guardei o produto e enviei um relato ao fabricante. Vou aguardar uma resposta, pois pode ter ocorrido algum problema com determinado lote. Caso não encontre uma resposta, então, a Pipoca estaria classificada em uma categoria acima de “cães mais destruidores”, talvez “cães atômicos”.




sexta-feira, 7 de maio de 2010

Exercício físico vs. Estimulação mental para cães.

Proporcionar estimulação física e mental para seu cão pode ajudar a mantê-lo feliz e saudável. Diversos problemas de comportamento começam quando um cão está entediado e solitário, ou faltam exercícios físicos suficientes.
Os exercícios físicos mais comuns são caminhadas e corridas. Porém, não pense que uma caminhada diária de 10 minutos irá satisfazer as necessidades de exercícios físico e mental do seu cão.  Da mesma forma, caminhar com seu cão numa guia curta, pode ser agradável para o humano, mas absolutamente não confere ao cão um grande desafio físico, uma vez que os cães caminham num ritmo muito mais rápido que o nosso, e também não permite ao cão uma estimulação mental suficiente, que possibilidade ao cão cheirar e explorar os diferentes ambientes. Por outro lado, se você levar seu cão para correr 5 km por dia, suas necessidades de exercício físico serão eficientemente bem cumpridas. Mas se você não lhe der qualquer estímulo mental, ele ficará entediado. Neste caso, você terá criado um atleta de maratona que estará entediado e procurando coisas para fazer a fim de satisfazer suas necessidades mentais. Seu cão certamente terá energia para encontrar coisas ruins para fazer, pois ele goza de uma forma física surpreendentemente boa. Isso pode significar que ele será capaz de mastigar mais de 10 sapatos, em vez de apenas um. Portanto, cães que são fortemente exercitados fisicamente, mas não tem estimulação mental suficiente, podem sofrer um desequilíbrio, podendo apresentar problemas de comportamento potencialmente maiores. Comecei a perceber isto quando a Pipoca, após uma corrida de mais de 7 km, ao chegar em casa, me trazia a bola de tênis na boca para bricar. Eu simplesmente não conseguia entender o que mais ela queria e, por isso, comecei a pesquisar.
Você não precisa levar horas do seu dia para fornecer quantidades adequadas de estimulação mental. Se você começar a oferecer mais estimulação mental, provavelmente você vai notar que o seu cão ficará mais estável e menos agitado. Conciliar o exercício físico com a estimulação mental é o ideal. Manter seu cão fisicamente e mentalmente satisfeitos não é tão difícil quanto pode parecer.  Aqui estão algumas atividades físicas comuns que também podem servir como estímulo mental.

  • Um simples jogo de buscar objetos é um exercício mental excelente. Também há provas com obstáculos (agility), que são bons em manter seu cão fisicamente e mentalmente estimulado.
  • As refeições podem se tornar um desafio mental quando você colocar comida em um brinquedo Kong, em vez de uma bacia. Este tipo de brinquedo, muitas vezes, mantém seu cão ocupado por longos períodos de tempo.
  • Assim como as crianças beneficiam de brincar com outras crianças, o seu cão vai beneficiar de brincar com outros cães. Encontre um parque onde seu cão possa ficar livre da coleira para brincar com outros cães.
Só é preciso um pouco de criatividade e um bom senso de diversão para satisfazer as necessidades de seu cão. Envolver seu cão mentalmente e fisicamente vai ajudar a mantê-lo saudável e feliz, assim como reduzir o risco de problemas de comportamento.